SEMENTES

Segundo o dicionário Aurélio, semente é qualquer substância ou grão que se deita à terra para germinar/ O grão ou a parte do fruto próprio para a reprodução/ Esperma, sêmen/ Germe, origem, ... / Ficar para semente, ser reservado ou escolhido para a reprodução. 

Segundo o Sistema Nacional de Sementes e Mudas, semente é o material de reprodução vegetal de qualquer gênero, espécie ou cultivar, proveniente de reprodução sexuada ou assexuada, que tenha finalidade específica de semeadura. 

De acordo com a Lei N 10.711/2003 que dispõe sobre o Sistema Nacional de Sementes e Mudas e dá outras providências, as sementes são classificadas nas seguintes categorias:

Semente Genética: É a semente de reprodução obtido a partir de processo de melhoramento de plantas, sob a responsabilidade e controle direto do sei obtedor ou introdutor, mantidas as suas características de identidade e pureza genéticas;

Sementes Básica: É a semente obtida da reprodução de semente genética, realizada de forma a garantir sua identidade genética e sua pureza varietal;

Sementes Certificadas de primeira geração:  São as sementes obtidas pelas reprodução de semente básica ou semente genética;

Sementes Certificadas de segunda geração: São as sementes obtidas pela reprodução de semente genética, de semente básica ou de semente de primeira geração;

Semente para uso próprio: Quantidade de material de reprodução vegetal guardada pelo agricultor, a cada safra, para semeadura ou plantio exclusivamente na safra seguinte e em sua propriedade ou outra cuja posse detenha.

Historicamente os agricultores e agricultoras nunca dependeram de lei para regulamentar aquilo que surgiu da própria natureza e que foi descoberto segundo a história a mais ou menos dez mil anos atrás, quando o ser humano ainda sobrevivia de atividades de caça e coleta. 

Apesar da grande importância da semente para os que dependem da agricultura, com a intensificação das pesquisas no melhoramento vegetal passou-se a valorizar mais as sementes resultantes de trabalhos científicos do que as variedades desenvolvidas ao longo de milhares de anos pelos povos indígenas e comunidades agrícolas. Um forte esquema de propaganda passou a desqualificar as variedades locais e também os sistemas de produção diversificados nos quais elas se desenvolvem.

A partir do olhar dos camponeses e camponesas organizados em bancos comunitários de sementes, temos as chamadas sementes crioulas.

Sementes Crioulas: São aquelas que não sofreram modificações genéticas por meio de técnicas, como de melhoramento genético em laboratórios. Estas sementes são chamadas de crioulas ou nativas, por que, geralmente, seu manejo foi desenvolvido por comunidades tradicionais, como indígenas, quilombolas, ribeirinhos, caboclos etc.

Sementes Híbridas: São as sementes obtidas pelo resultado de um ou mais cruzamentos, sob controladas, entre progenitores de constituição genética distinta, estável e de pureza varietal definida. A principal característica das sementes híbridas é que apenas a sua primeira geração é adequada para o plantio. 

Transgênicos: São aquelas plantas que sofreram modificações em seu código genético, ou seja, no seu DNA. São sementes criadas a partir da introdução de partes de animais ou outras plantas nas sementes naturais. 

Quem ousa ler o livro Sagrado,
Já pode interpretar bem o tema,
As sementes deixadas pelo criador,
Podem estar no grão ou na gema,
Cientificamente quem classificar,
E isso pode se tornar um dilema.


Crioulas, ocais, da paixão ou nativas,
Ainda falta formar muita consciência,
Pois contra nosso acumulo popular,
Enfrentamos o desafio da ciência,
Precisamos enfrentar as transgênicas,
Com nossa semente da resistência.